Meus próximos 20 anos de trabalho

Recentemente, li uma frase erroneamente atribuída a Charles Darwing, que captura de maneira clara o momento em que vivo no tocante a minha profissão; “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças*”.

Essa frase, me fez pensar a respeito da minha trajetória profissional.

Tendo começado no meu primeiro emprego no dia 24 de dezembro de 1984, este ano, completam 41 anos trabalhando sem parar.

Usando esse número como base, hoje aos 60 anos, calculo, passei mais de 68% da minha vida trabalhando em diversas empresas e adquirindo todo tipo de experiência e conhecimento, tanto no âmbito nacional, quanto no internacional… e, como ainda pretendo trabalhar por pelo menos outros 20 anos, posso afirmar; tenho muito por fazer… então?… o que isso tem a ver com a frase acima?

A resposta é simples; nesses 41 anos, principalmente nos últimos 10, eu mudei… se antes meu objetivo era o de “alcançar sucesso e com isso todas as coisas que gostaria de ter na vida…”, hoje, já tendo alcançado este objetivo inicial, conscientemente, replico e adiciono: “…obtendo prazer e diversão com o meu trabalho”.

Pode parecer que não, mas isso muda muita coisa!

Muda porque, já tendo alcançado uma certa segurança e estabilidade econômica, quero, nos próximos anos, fazer mais do que gosto.

E do que gosto?… bem, quem me conhece sabe da minha paixão e responderá imediatamente “veleiros e velejar!” … contudo, como o assunto é carreira, como sempre estive envolvido com empresas inovadoras, o que gosto, neste caso, é de “estar envolvido com inovação” … de participar da definição, do planejamento e da introdução de novos negócios, principalmente, de negócios “disruptivos”.

E o que é mais inovador e disruptivo do que a IA – Inteligência Artificial?

Sim, a Inteligência Artificial está transformando o mundo dos negócios e, como acontece com toda tecnologia inovadora, para aproveitar ao máximo seus benefícios e evitar suas armadilhas mais comuns, é necessária uma abordagem cuidadosa e estruturada … algo perfeito onde empregar meu conhecimento e experiência.

Ou seja, o natural, seria continuar com meu trabalho de consultoria ajudando empresas a criar Estratégias de Negócios integradas com Inteligência Artificial, explorando assim, novas formas de competir em um mundo transformado pela tecnologia.

Sim, isso daria sequência ao que fiz minha vida inteira …

Mas isso é ser realmente disruptivo? Seria também, como enunciei, obter prazer e diversão com o meu trabalho?

Sim e não, nessa ordem, a resposta às duas perguntas acima … explico; a Inteligência Artificial, é uma das maiores inovações da atualidade, mas, para mim, é um assunto muito maçante e, por isso, obteria zero diversão se seguisse por esse caminho.

Então? Então, desponta a paixão … o que seria para mim “fazer mais do que gosto”? O que me faria obter prazer e diversão com o meu trabalho? … para me dedicar tenazmente pelos meus próximos 20 anos de vida?

A resposta… me dedicar a escrita, me concentrando em vivenciar aventuras relacionadas ao estilo de vida da vela, para, assim, retratar a beleza da vida perto do mar.

Isso soa bem … escrever … vela e mar … aventura e paixão … o que me leva a considerar … existe tenacidade maior do que aquela de escolher um caminho de propósito, significado e dimensão tão claros, porém tão difícil de ser realmente apreciado em uma sociedade de consumo imediatista, como o de dedicar seu tempo para fazer algo simplesmente apaixonante, aventureiro e intelectual?

Sim … me dedicar a viver novas aventuras e a escrever sobre elas … textos onde a paixão pela liberdade, a paz, o pluralismo e a ética, premissas básicas e perenes da cultura do velejador, serão os principais trunfos dos relatos sobre o mar, a vela e os veleiros. Onde possa manter um espaço permanentemente aberto para o debate intelectual, fiel à missão de comunicar com responsabilidade, com liberdade e em um contexto que favoreça o respeito incondicional da dignidade das pessoas.

Decidido!

Sem me prolongar, para finalizar, volto ao pensamento de Megginson, “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” e, agora com meus 60 anos de vida, sabendo que posso fazer mais do que gosto e estar de alguma maneira permanentemente envolvido com a vela, os veleiros e o mar… tendo ainda 20 anos para me adaptar às mudanças… concluo: sim! É inteiramente possível se eu unir paixão, aventura, propósito e tenacidade.

Em breve, estarei divulgando maiores informações.

Bons ventos sempre!

*Frase proferida por Leon C. Megginson, professor da Louisiana State University, num discurso em 1963, onde apresenta a sua interpretação da ideia central de “A Origem das Espécies” de Charles Darwin.


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