Especificação
- Ano de fabricação: 1983
- Nomes: Pitula (1983), Bernô (2024)
- Modelo: Ranger 26
- Estaleiro: Mariner Construções Náuticas Ltda. – Porto Alegre – RS
- Período de Produção do modelo no Brasil: 1980 a 1986
- Classe: Originalmente para a classe IOR e hoje pela IMS ou pela RGS – Classe Quarter-Tonner.
- Armação/ Tipo: Sloop com mastreação em alumínio fracionada em 7/8 com cruzetas alinhadas, com runners e check-stays e mastro (passante) apoiado na quilha.
- Projeto: German Frers (filho)
- Desenho: Nº 735 de 07 de abril de 1979
- Material do casco: Fibra de vidro
- Motorização: Yanmar 1GM. Originalmente veio instalado de fábrica um Mold 22Hp de 2 cilindros.
- Propulsão: Popa ou Pé de galinha
- Tripulantes: 1/ 34
- Comprimento: 7,70 m
- Linha d’água: 7 m
- Boca: 2,82 m
- Calado: 1,58 m
- Área vélica (Mestra e Genoa): 26,51 m²
- Área vélica (Balão): N/D
- Deslocamento: 1.200 kg
- Proprietários Conhecidos: 1983 – Nilson da Silva Dias (1983-1998), Caio Márcio Lopes Ambrósio (1998-1999), Maximilian Immo Orm Gorissen (20 de novembro de 1999-12 de maio de 2015 – mudou nome para ORM), Leandro Najfeld (2015-2024), Eduardo Nocera (CIR-Guarujá 2024 – mudou nome para Bernô)
- Observação: Orm significa serpente em Dinamarquês.
O veleiro Orm
Abaixo, apresento mais fotografias e o interior do veleiro Orm, um modelo Ranger 26, classe IOR, com design de German Frers, fabricado em 1983 pelo estaleiro (já desativado) Mariner Construções Náuticas Ltda., localizado em Porto Alegre (RS).
Este veleiro, originalmente chamado “Pitula”, foi meu entre 07/10/2000 e 12/05/2015.
Destinado a regatas oceânicas em mar aberto, trata-se de um veleiro com casco de linhas muito esportivas e elegantes. Por possuir borda livre (costado) baixa e grande área vélica, é um barco muito rápido para seu tamanho.
A forma do casco é característica da Classe Quarter Tonner, com a proa que se alarga em forma de cunha até um pouco depois da meia nau, estreitando-se em ângulo fechado até a popa, que forma um V.
O interior é bastante simples. Possui duas camas em cada bordo, no costado, deslocadas mais para a popa, e outra, em formato V, na proa. Entre essas camas da popa, temos a escada de acesso à cabine, bem como a área destinada ao compartimento do motor de centro.
Em frente às camas de popa, separadas por uma antepara com porta tipo camarão, que serve de reforço estrutural do deck, temos uma pequena área no centro do barco, com a função de banheiro. De um lado fica um sanitário, e em frente uma pequena pia com água doce vinda do tanque. Atrás da área do sanitário, ficam instalados o painel elétrico e o rádio VHF.
Diante dessa área de banheiro, temos outra antepara que serve de suporte para os brandais, e a típica cama de proa em formato V.
À popa, atrás das camas e do compartimento do motor, existe um grande porão com apenas os tanques de água e de combustível. O acesso a ele se faz por dentro da cabine, por um paiol na parte de trás de cada uma das camas de popa.
Tudo é construído em compensado naval laminado em madeira clara e de boa qualidade. Para melhorar a aparência do veleiro, todo o seu teto foi revestido com um material de couro sintético branco e acabamento esmerado em madeira envernizada, eliminando todas as imperfeições originais (a embarcação saía do estaleiro com o teto em fibra de vidro e todos os parafusos passantes à mostra), o que dá ao interior um aspecto muito limpo e agradável.
Devido à característica do casco regateiro e ao tamanho do veleiro, seu pé-direito é bem baixo, de 1,45 m.
O veleiro segue um conceito minimalista na decoração, nos equipamentos e no uso dos espaços.
Para aumentar sua luminosidade, a embarcação conta com estofado branco e almofadas com faixas amarelas.
Fotos
Após a reforma completa que fiz no anos de 2002:
Manutenções e melhorias
O Orm, ainda com as cores originais e o nome Pitula (é o nome de um pequeno camarão) no seu costado, na sua vaga na Marinas Nacionais no Canal de Bertioga. Repare que a capa da vela, que cobria a nova vela mestra North Sails (a genoa também foi trocada), já leva o nome ORM .
Quando comprei o veleiro, haviam acabado de trocar (1999) o motor por um novo Yanmar 1GM, 1 cilindro, 9hp – Pé-de-Galinha com hélice de 2 pás fixas. Como não haviam reformado o porão, retirei o motor e fiz uma reforma completa do porão, inclusive, instalando isolamento acústico de chumbo coberto de espuma.
Em 2002 fiz a primeira reforma do ORM. Foi pintado o casco e o deck nas cores azul com faixa verde e todo o interior foi reformado (veja fotos acima).
Em 2009, outra reforma, muito mais profunda, removendo todo o interior para instalar um novo mais leve. Também retirei tudo do deck que foi reparado e lixado até a fibra para aplicação de primer antes da pintura e o antiderrapante. O casco também foi lixado até a fibra e todo revestido com primer antes de aplicar novamente a pintura azul com faixa verde. Retirei o leme e o reformei e a quilha foi lixada até o ferro para ser tratado e pintado. O motor Yanmar 1GM também foi totalmente desmontado, o cabeçote foi trocado e todo pintado.
Com o objetivo de participar em 2014 da Quarter Ton Cup e da Cowes Week, no Solent, estreito que separa a Ilha de Wight da Grã-Bretanha, montei a SailBrasil Racing Team para participar com o ORM de eventos da vela nacional e internacional – 11-03-2013 e o veleiro foi preparado para estas regatas… o veleiro seria transportado em um container por navio… infelizmente, devido a uma mudança no calendário das regatas na Inglaterra naquele ano e a falta de patrocínio, não pudemos ir.
Para que o veleiro ORM pudesse participar de regatas internacionais da classe Quarter Tonner, o enrolador de genoa teve de ser substituído por um Tuff-Luff. Uma nova Genoa G1 – 150% e uma Mestra com o numeral BRA 920, ambas, Space Carbon da Olimpic Sails, foram adicionadas ao enxoval de velas.
Novos eletrônicos B&G: 2 displays digitais e 1 analógico; 1 display digital multifunção; sensores de vento, profundidade e velocidade; sensor de bússola digital (fluxgate); sensor de GPS (receptor e antena); chart-plotter; nova bússola Ritchie e eletrônico Tacktick Race Master com suporte para mastro.
Em 2015, alguns meses depois de ter comprado o Gaia 1, decidi levar o ORM para poder velejar na represa de Guarapiranga em São Paulo. Foi então que mandei construir uma carreta de madeira e uma capa pois o veleiro ficaria ao relento fora da água.
Foto do ORM no pontão do YCSA na Guarapiranga. Foi minha última saída com ele para a entrega técnica após sua venda. Velejamos com 15 nós de vento. Como o ORM veleja bem! Foi uma velejada fantástica!
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