Estaleiro Fast Yachts Ltda

A Fast Yachts surgiu de uma viagem de negócios à Inglaterra, onde, o Sr. Nelson de Sampaio Bastos, no ano de 1980, ao ver em um jornal Londrino um anúncio de venda do estaleiro Fast Yachts (Inglaterra), foi até a empresa e comprou os moldes e os acessórios dos veleiros.

Artigo sobre o Fast 345 na mídia Inglesa da época, fazendo referência ao desenvolvimento do design do 345 por Ron Holland em conjunto com um dos mais antigos e tradicionais estaleiros ingleses e posterior aquisição dos moldes e direitos de produção pela Fast Yachts Inglesa (comprada por Nelson Bastos nos anos 80).

Após a compra do estaleiro inglês, tendo enviado tudo para o Brasil, instalou o material em um galpão na marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, e montou uma equipe de produção.

Os moldes dos modelos que vieram da Inglaterra foram o 345, o 303 e o Half-Tonner, este último, versão de regata do 303 usando o mesmo casco, contudo, o layout interno, a mastreação e o deck eram diferentes, adaptados para regatas.

Modelo Fast 345 – Foto: Max Gorissen

Assim começou a fabricação dos famosos veleiros Fast 345, modelo que foi referência na vela oceânica brasileira por muitos anos e, até hoje, é um dos modelos mais desejados no mercado de veleiros usados no Brasil.

Na sequência, a Fast Yachts lançou o Fast 410 e o Fast 500, veleiros com 41 e 50 pés e projetos de Antonio José Ferrer e de German Frers.

No ano de 1986, ainda na fábrica da Marginal Pinheiros em São Paulo e, ainda sob a direção de Nelson Bastos, foi lançado o Fast 395, modelo que veio substituir o Fast 410, apesar de que, como haviam vários Fast 410 vendidos, a produção se manteve até a entrega do último.

Um evento inesperado ocorrido no ano de 1986, foi um incêndio no estaleiro causado por um curto circuito nas instalações elétricas. Por sorte, o único que se perdeu no incêndio foi o molde do deck do Fast 345, que teve de ser refeito. Contudo, o incêndio, acabou causando um atraso na produção em um momento em que a carteira de pedidos já ultrapassava 1 ano. Nenhum veleiro deixou de ser entregue, apesar do atraso. Com isto, o prazo contratual de entrega chegou a 36 meses.

Apenas a título de informação, a empresa Fast Yachts Canb Administração e Participações S/A, com o nome fantasia FAST YACHTS, foi aberta dia 24/10/1984 pelos sócios, o Sr. Cid dos Santos Antão Junior e o Sr. Nelson de Sampaio Bastos.

Fast 395, último modelo ainda sobre a direção de Nelson Bastos, no estande da Fast Yachts no São Paulo Boat Show de 1988 – Foto: Max Gorissen

No fim dos anos 1980, o Sr. Gil de Souza Ramos comprou o estaleiro Fast Yachts de Nelson Bastos.

Junto com seu filho Eduardo Souza Ramos, mantiveram a fábrica por alguns anos, contudo, o negócio de fabricar veleiro fugia muito do negócio principal da família, que eram os automóveis e, assim, acabaram vendendo os moldes e fechando a fábrica.

Os moldes foram então vendidos no ano de 1994 para a empresa Sailing do Sr. Marcos Soares que, após um breve período, se associou ao Sr. Fernando Martins (Spring Boats), que acabou assumindo a fábrica e a produção, como ele mesmo descreve abaixo:

  • Fast 230
  • Fast 260
  • Fast 303
  • Fast 305
  • Fast 310
  • Fast 345
  • Fast 360
  • Fast 365
  • Fast 395
  • Fast 410
  • Fast 500

Espero que tenha gostado pois, cada embarcação clássica tem uma história única para contar e que pode servir de referência e consulta para historiadores, pessoas e instituições interessadas, antigos e novos proprietários e o público em geral, promovendo assim a rica e as intrigantes histórias associadas a esses clássicos e preservando e aumentando assim seu significado cultural para as gerações futuras.

Bons ventos!

Max Gorissen
Velejador. Escritor.


Descubra mais sobre Max Gorissen

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.